Amigos de todo lugar
E quando a gente se encontra, a gente diz:
- Vamos Frepopear!
Então se espera um ano inteiro
Do último adeus ao dia de voltar
E o tempo parece não passa, fazendo pirraça pra julho chegar
A nossa saudade é tamanha, quem vê até estranha tanto bem-querer
Pra compreender essa amizade
Não dá pra contar, você tem que viver!
Que bom que você veio, bom que voltou!
Agora eu sei que vai ser muito melhor
Um outro mundo é possível, sabe por quê?
Um sonho que se sonha junto acontece primeiro do que sonhar só!
A língua que se fala aqui é o amor!
A nossa universidade é da paz
Saberes foram feitos pra partilhar
E nossas diferenças nos fazem mais.
Nós temos tanto, tanto pra construir
E muito que aprender e muito a ensinar
O Frepop então se faz nossa voz
Nos braços da Educação Popular.
La raia laia laia laiaaaaa
La ...ha...ia...ha...ia
Um outro mundo é possível.....
Nós temos tanto, tanto pra construir....
Vídeo Música Frepopear
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LINS POPULAR
- poema panfletário -
Ao Folquito, alma do FREPOP
À Matilde, cuja fala me inspirou
A Lins vieram todas
as negras, brancas e amarelas
também as índias, mulatas e mestiças
Cada uma trouxe seu canto
cada uma cantou seu fado
e em uníssono se revelaram
Vieram trazendo suas dores
seus panos
e seus amores
Vieram todas
quilombolas, urbanas, rurais
sem teto, sem terra e sem abrigo
cada uma trazendo sua oferenda
Café milho feijão
livros e dvd’s
e erva mate para o chá
Vieram de todos os meios
a pé, de barco e de trem
de carro ônibus e até de avião
Vieram todas
trazendo suas estórias
suas ânsias e frustrações
Mas vieram também
trazendo sua alegria
sua vontade de viver
Seu grito de guerra
que lhes sai da alma
por este tempo que ainda não é seu.
Cortam cana
lavram a terra
Plantam alfaces
E regam suas hortas
em troca recebem desdem
pior... indiferença
Vieram todas
e vêm gritar
porquê?
Elas escrevem
e ninguém fala
porquê?
Elas governam
e ninguém reconhece
porquê?
Elas cuidam
e ninguém agradece
porquê?
Elas cozinham
e ninguém elogia
porquê?
Elas sofrem
e ninguém denuncia
porquê?
Mas da árvore da esperança
nascem os mais belos frutos
é o 8 de março
é o lutar ou morrer
é o direito libertário
é a libido a pulsar
Elas são mulheres
alegres e carinhosas
tristes e sucumbidas
expansivas e regateiras
Elas são mulheres
de todas as cores
de todos os credos
que sabem dizer ao poder
todos os poderes
o que querem
lutando pelos lugares
seus lugares
querendo ser exatamente
aquilo que são
Mulheres
Virando o jogo
chutando o balde
cuidando das crianças
buscando a água
carregando a lenha
e superando todas as tragédias
Mas também
parindo livros
sonhando poemas
construindo pontes
e esculpindo artes
Sofrendo pela vida
mas rindo e dançando
um outro mundo é possível
sem estupros mutilações ou sequestros
sem humilhações nem discriminações
sem açoites nem mortes prematuras
Elas vieram
transcendendo a vida
esconjurando a morte
e exaltando o amor
De Lins ouve-se o rumor...
Afinal quem são elas?
E em uníssono alegremente respondem
Simplesmente mulheres
buscando cidadania!
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